O
deputado federal Nilson Leitão (PSDB) completa, no próximo dia 7 de julho, um
ano de mandato. À época ele assumiu no lugar de Ságuas Moraes (PT), depois que
o Tribunal Superior Eleitoral (TSE) deferiu como válidos os votos de Willian
Dias, da coligação de Leitão. Dias havia sido enquadrado como “ficha-suja”, mas
depois que o Supremo Tribunal Federal (STF) desconsiderou como válida a Lei da
Ficha Limpa para as eleições de 2010, o TSE acabou declarando Leitão eleito, já
que a soma dos votos de Dias fez aumentar o quociente eleitoral da chapa do
PSDB, em detrimento da soma de votos da chapa de Ságuas Moraes.
Doze
meses depois, cabe aqui uma análise sobre o mandato de Nilson Leitão e sua
representatividade para Sinop e Mato Grosso. Em que pesem os esforços do
parlamentar e de sua disposição ao trabalho em Brasília, uma avaliação apurada
demonstra que a cidade e o Estado perderam muito dessa representatividade. Pelo
menos quando se trata de fazer a interlocução com o governo federal. Ságuas,
como se sabe, é do PT, partido da presidente Dilma Rousseff, e engrossava o
poder de fogo da base governista, junto com a esmagadora maioria da bancada
mato-grossense.
Por
outro lado, Nilson Leitão, sendo membro e presidente regional do PSDB,
coloca-se em franca oposição ao governo federal e consegue muito pouco, ou
quase nada, se articular de maneira a assegurar benefícios para Sinop e Mato
Grosso. Ressalte-se que uma coisa é sua atividade dentro da Câmara dos
Deputados, apresentando projetos e atuando na rotina do Parlamento, como nas
comissões, intervenções em plenário e em outras delegações como deputado, como
propor emendas que possam assegurar benefícios para sua cidade e Estado.
A
outra questão é fazer a articulação junto a Ministérios, ao Palácio do Planalto,
inclusive garantindo a aprovação e liberação de emendas, e ainda reforçar as
articulações de prefeitos e do governador em suas permanências em Brasília em
busca de recurso, convênios e outros benefícios para a população. Nilson Leitão
tem atuação muitíssimo tímida neste sentido. Não que não o desejasse, mas ele
carrega o ranço de oposicionista ao governo federal e ao governo de Mato
Grosso. Ou seja, ao invés de abrir, ele fecha portas.
Agrava-se
esta condição o fato de Nilson Leitão não ser um mero filiado tucano. Leitão é
a própria representação do tucanato em Mato Grosso, especialmente por ser o seu
presidente regional. E mais ainda por se conduzir pelo discurso radical contra os
governos de Dilma Rousseff, de Silval Barbosa e do prefeito Juarez Costa, estes
dois últimos do PMDB.
Mais
uma agravante: Nilson Leitão carrega a bandeira da divisão de Mato Grosso. É
uma bandeira que tem seus prós e contras e tanto um quanto outro transfere ao
deputado tucano mais estigmas do que vantagens políticas. Explico: ao mesmo
tempo que esta bandeira agrega, ela desagrega. Tanto para a população do Norte
quanto para do resto do Estado. E para a carrega, especialmente quando o faz
sozinho, sem apoios políticos fortes, o peso e o tempo consomem energias
importantes para gastar em outras tarefas.
Em
suma: o deputado federal Nilson Leitão tem tudo para ser um grande parlamentar
e se firmar como um importante representante de Sinop, do Nortão e de Mato
Grosso em Brasília. Mas vai ter que rever seus posicionamentos isolacionistas e
sectários. Caso contrário, todos já começarão a sentir saudades de Ságuas
Moraes. Se é que isto já não esteja acontecendo.
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