quarta-feira, 6 de junho de 2012

MT e Sinop perdem a com fraca representatividade de Leitão


O deputado federal Nilson Leitão (PSDB) completa, no próximo dia 7 de julho, um ano de mandato. À época ele assumiu no lugar de Ságuas Moraes (PT), depois que o Tribunal Superior Eleitoral (TSE) deferiu como válidos os votos de Willian Dias, da coligação de Leitão. Dias havia sido enquadrado como “ficha-suja”, mas depois que o Supremo Tribunal Federal (STF) desconsiderou como válida a Lei da Ficha Limpa para as eleições de 2010, o TSE acabou declarando Leitão eleito, já que a soma dos votos de Dias fez aumentar o quociente eleitoral da chapa do PSDB, em detrimento da soma de votos da chapa de Ságuas Moraes.

Doze meses depois, cabe aqui uma análise sobre o mandato de Nilson Leitão e sua representatividade para Sinop e Mato Grosso. Em que pesem os esforços do parlamentar e de sua disposição ao trabalho em Brasília, uma avaliação apurada demonstra que a cidade e o Estado perderam muito dessa representatividade. Pelo menos quando se trata de fazer a interlocução com o governo federal. Ságuas, como se sabe, é do PT, partido da presidente Dilma Rousseff, e engrossava o poder de fogo da base governista, junto com a esmagadora maioria da bancada mato-grossense.

Por outro lado, Nilson Leitão, sendo membro e presidente regional do PSDB, coloca-se em franca oposição ao governo federal e consegue muito pouco, ou quase nada, se articular de maneira a assegurar benefícios para Sinop e Mato Grosso. Ressalte-se que uma coisa é sua atividade dentro da Câmara dos Deputados, apresentando projetos e atuando na rotina do Parlamento, como nas comissões, intervenções em plenário e em outras delegações como deputado, como propor emendas que possam assegurar benefícios para sua cidade e Estado.

A outra questão é fazer a articulação junto a Ministérios, ao Palácio do Planalto, inclusive garantindo a aprovação e liberação de emendas, e ainda reforçar as articulações de prefeitos e do governador em suas permanências em Brasília em busca de recurso, convênios e outros benefícios para a população. Nilson Leitão tem atuação muitíssimo tímida neste sentido. Não que não o desejasse, mas ele carrega o ranço de oposicionista ao governo federal e ao governo de Mato Grosso. Ou seja, ao invés de abrir, ele fecha portas.

Agrava-se esta condição o fato de Nilson Leitão não ser um mero filiado tucano. Leitão é a própria representação do tucanato em Mato Grosso, especialmente por ser o seu presidente regional. E mais ainda por se conduzir pelo discurso radical contra os governos de Dilma Rousseff, de Silval Barbosa e do prefeito Juarez Costa, estes dois últimos do PMDB.

Mais uma agravante: Nilson Leitão carrega a bandeira da divisão de Mato Grosso. É uma bandeira que tem seus prós e contras e tanto um quanto outro transfere ao deputado tucano mais estigmas do que vantagens políticas. Explico: ao mesmo tempo que esta bandeira agrega, ela desagrega. Tanto para a população do Norte quanto para do resto do Estado. E para a carrega, especialmente quando o faz sozinho, sem apoios políticos fortes, o peso e o tempo consomem energias importantes para gastar em outras tarefas.

Em suma: o deputado federal Nilson Leitão tem tudo para ser um grande parlamentar e se firmar como um importante representante de Sinop, do Nortão e de Mato Grosso em Brasília. Mas vai ter que rever seus posicionamentos isolacionistas e sectários. Caso contrário, todos já começarão a sentir saudades de Ságuas Moraes. Se é que isto já não esteja acontecendo.


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