Fomos visitar – Sionei Leão e eu – o Brother na
tarde do último domingo. Levamos a ele o abraço dos colegas da Cojira, a Comissão
de Jornalistas pela Igualdade Racial do Distrito Federal, da qual o Brother
também era membro.
Saímos de lá muito tristes com o estado físico do
grande amigo. Vivenciamos um momento muito impactante, especialmente diante de
uma situação que revelava seu estado extremamente frágil.
Nos impressionou a garra, dedicação e carinho com os quais a
sua ex-esposa, a Marisol, o cuidava com o apoio do filho Pedro Akil, Apesar de
todos os diagnóstico em contrário, Marisol ainda alimentava uma esperança muito
forte de que o Brother conseguiria se recuperar e voltar ao nosso convívio.
O Sionei se prontificou a levar um grupo de
espíritas para orações, no que a Marisol abriu seu grande sorriso. “Tenho
certeza que ele vai sobreviver. Com a ajuda de todos”, disse, agradecendo.
A Marisol, como todos os amigos sabem, é angolana e
desde os primeiros momentos vinha acompanhando o tratamento do Brother. Por
duas vezes veio de seu país para se dedicar a ele. Com muitas dificuldades,
pediu licença de seu emprego na TV estatal em Luanda. Era para passar 45 dias,
mas à medida que o estado do Brother piorava ela ia renovando a licença. Além
do apoio aos dois filhos do casal, Marisol demonstrou ser um grande ser humano
enfrentando todas as dificuldades para tentar salvar a vida do ex-marido.
É bom registrar ainda que muito amigos se mobilizaram
em apoio à família e em visitas no hospital e em casa. Mas também houve quem se
esquecesse do nosso querido Brother. Parte da diretoria da entidade onde ele exerceu
seu último emprego demonstrou ser totalmente insensível à dor de um ser humano.
Mergulhada numa burocracia institucional e num descaso político, a entidade perdeu a oportunidade de demonstrar aos olhos de
seus filiados, funcionários e todos os militantes do movimento sindical de
Brasília que realmente valoriza o trabalhador e a vida. É sintomático.
Tenho certeza que o Brother morreu feliz. Apesar da
dor intensa e das limitações que a doença lhe impunha, Brother manteve sua
alegria até o último momento. Naquele último domingo só lhe deixou chateado o
fato de o seu Flamengo ter perdido para o Cruzeiro. Sionei e eu assistimos com
ele o primeiro tempo da partida.
Para quem conheceu o Brother de perto, sabe que ele
soube viver e viveu intensamente a vida. Boêmio, sambista, compositor do
Pacotão, o bloco carnavalesco da imprensa que fez história em Brasília, Wilson
Miranda com certeza deve estar agora abrindo seu sorrisão para São Pedro e
pedindo passagem.
2 comentários:
Para um repórter como Wilson, soaria estranho que ninguém informe de que morreu o sujeito de quem se noticia a morte. Afinal, de que morreu Wilson?
OLá, Mirian. Realmente, uma falha jornalística, vamos dizer assim.
Ele morreu de câncer. Foi muito triste, um sofrimento horrível. Ele descansou.
Abraços
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