Algo pelo Canto

Banais

Coisas coisas como coisas e este sapato e sua língua de fora
um bicho que foi brincar com seus inimigos
uma "gagatixa" e ele plantando bananeira na minha cama
seu riso e suas bochechas e seu olhar que sorri
saudades

Um prego na geladeira e o gás
salvo engano, ele entrou ali por acaso
mas como é que um prego vem parar por aqui?
fincado na perna - meu calcanhar de Aquiles?
alisa as batatas da noite e a Lua crescente
quarto e lençóis crescentes como a Lua

Alguém mordeu a Lua e saiu de lá com um naco dela na boca
como este Planalto Central torna a Lua tão próxima!
pela janela a encontro magnifica e quero andar por lá
quem sabe quando eu me transformar em átomo...

Aí vou sair do lago e subir para a Lua, de São Jorge
de São João, de Don Orozimbo, de Dona Clarice
de Joelice, Jovina, Fabiano, Selma, Bito, Kristal...

Pedaços

Há um coração despedaçado
foi para ficar por debaixo das pedras
enveredando por rios e montes
encarando espinhos
invadindo fontes e lados - obscuros
em seus monturos e nenúfares
alegrando o Sol e despejando sobre minha alegria