A cantora Leci Brandão é apontada por Frei David, fundador e conselheiro da organização não-governamental (ONG) Educação e Cidadania de Afro-descendentes e Carentes (Educafro), como a indicação da comunidade negra para substituir a ex-ministra da Secretaria Especial de Políticas de Promoção da Igualdade Racial (Seppir), Matilde Ribeiro.
''Frente ao erro da Matilde, nós entendemos que o governo Lula deve pensar com sabedoria e escolher um nome de consenso nacional. E nós achamos que o nome da Leci Brandão é o grande nome do momento'', afirmou.
Frei David contou que, em reunião após a reeleição do presidente Luiz Inácio Lula da Silva, propôs o nome de Leci Brandão para o cargo. E que a cantora “achou a proposta interessante” na ocasião.
''Eu estou procurando a Leci, não encontrei ainda; mas estou transmitindo oficialmente que nós, comunidade negra, estamos indicando a Leci Brandão como candidata a ministra das relações raciais'', anunciou. A cantora integra o Conselho Nacional de Promoção da Igualdade Racial (CNPIR).
Na avaliação de Frei David, Matilde Ribeiro “foi vítima de um problema maior”, porque existe, na sociedade brasileira, “um vício de escravidão, de uma nação onde só negros eram punidos”. Para ele, o governo deve dar mais atenção à Seppir, com aumento da dotação orçamentária da pasta, por exemplo.
PT: Matilde sofreu "ataque preconceituoso"
O Partido dos Trabalhadores disse, em nota, que as suspeitas de uso irregular do cartão corporativo pela ex-ministra Matilde Ribeiro, da Igualdade Racial, motivaram "ataques e insinuações em tom abertamente preconceituoso" contra ela e contra a existência do órgão.
"O PT repudia esse tipo de ataque, lembrando que, entre as muitas conquistas do governo Lula, a secretaria se constitui em marco fundamental no processo de afirmação da cidadania do povo negro brasileiro", diz a nota.
Na sexta-feira (1º), a ministra pediu demissão da Secretaria Especial de Promoção da Igualdade Racial devido a suspeitas de uso irregular do cartão corporativo do governo.
O texto, assinado pelo presidente da sigla, Ricardo Berzoini, defende a apuração de “eventuais irregularidades cometidas” e afirma que a implantação de políticas voltadas aos quilombolas, negros e índios despertou “a intolerância secular que domina parcela da sociedade brasileira”.
A nota diz ainda que o PT "se solidariza" com a ex-ministra e afirma que Matilde comandou a pasta com "dignidade e competência".
Do www.vermelho.org.br
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