por Cláudio Gonzalez
Os poderosos e bilionários interesses do setor de telecomunicações tentaram, mais uma vez, calar a voz daqueles que apontam as maracutaias praticadas pelos grandes empresários do setor, cujo ícone é Daniel Dantas. O jornalista Paulo Henrique Amorim e seu site, Conversa Afiada, são as mais novas vítimas desta corporação mafiosa que hoje controla boa parte dos veículos de comunicação do país. Após ser sumariamente despejado do iG, portal pertencente à Brasil Telecom, Amorim declarou: ''podem ter tido a intenção de me calar, mas não basta. Tem que fechar a internet, antes''.
Já é do conhecimento até do mundo mineral ---como diria Mino Carta-- que o site Conversa Afiada foi abruptamente despejado do portal iG na tarde de terça-feira (18). O iG não deu nenhuma explicação aos seus leitores e retirou do ar todo o conteúdo que estava hospedado no referido site. Isso obrigou o jornalista Paulo Henrique Amorim, editor do Conversa Afiada, a migrar às pressas para um novo endereço: http://www.paulohenriqueamorim.com.br/
Foi neste novo endereço, no início da noite desta quarta-feira (19), que Amorim revelou as primeiras pistas sobre os reais motivos de seu desligamento do iG. Segundo ele, uma matéria postada no último dia 10 de março, revelando o jogo de interesses empresariais envolvendo o Citibank --que é um dos principais acionistas da Brasil Telecom, que por sua vez é controladora do iG-- e o conhecido e suspeitíssimo empresário Daniel Dantas, foi a gota d´água para que os dirigentes da empresa pedissem sua cabeça.
A Brasil Telecom está em processo de negociação para se juntar à operadora de telefonia Oi e criar o que Amorim apelidou de ''BrOi'', uma megaempresa do ramo de telecomunicações. Para isso, teria que resolver uma pendenga jurídica com o empresário Daniel Dantas que é alvo de um processo movido pelo Citibank nos Estados Unidos. Amorim denunciou a ação ardilosa que estava por trás desta negociata e, por isso, foi demitido. Resumidamente, é essa a hipótese inicial para o despejo do Conversa Afiada do portal iG, com o qual Amorim tinha contrato válido até 31 de dezembro de 2008.
Quem é Paulo Henrique Amorim
Repórter e correspondente internacional na maior parte de sua carreira, o jornalista Paulo Henrique Amorim é um dos âncoras mais conhecidos da TV brasileira. Segundo dados da enciclopédia virtual livre Wikipedia, Amorim trabalhou durante vários anos na revista Veja e na Rede Globo, tendo aberto sucursais para esses veículos em Nova Iorque e Londres. Conhece por dentro estas empresas e hoje é um dos maiores críticos do jornalismo praticado por elas.
Entre os anos de 1997 e 1999, esteve na TV Bandeirantes, onde apresentou o Jornal da Band e o programa Fogo Cruzado. Na TV Cultura, onde trabalhou entre 2001 e 2003, apresentou o talk-show ''Conversa Afiada''. Mudou-se para a Record em 2003, onde já apresentou o Edição de Notícias e o Tudo a Ver. Desde fevereiro de 2006 apresenta o programa Domingo Espetacular, com Lorena Calábria. Antes de ir para a Record, trabalhava no portal UOL. Em 2007, levou para o iG seu site/blog ''Conversa Afiada''.
Uma das características de Amorim, que o distingue dos demais jornalistas da grande imprensa, é que ele deixa claro suas preferências e opiniões políticas. Em quase todos os comentários que faz no Conversa Afiada, oferece um link para um conteúdo que ele intitulou ''Não como gato por lebre''. Nele, Amorim elenca os personagens e ''coisas'' das quais não gosta. A lista é encabeçada pelo ex-presidente Fernando Henrique Cardoso e em seguida por Daniel Dantas. E inclui também a Rede Globo, a ''Imprensa farisaica'' --que mais tarde ele apelidou de PIG (Partido da Imprensa Golpista)-- e o governador de São Paulo José Serra (PSDB) -- que Amorim trata ironicamente como ''presidente eleito, o último autoritário''. Quem fala mal do Rio de Janeiro e de nordestino, a capital Brasília, gatos, urnas eletrônicas e até o Flamengo também estão na lista de Amorim. Mas os personagens políticos são as vítimas preferenciais de seus comentários e reportagens, sempre muito ferinos.
Entre os anos de 1997 e 1999, esteve na TV Bandeirantes, onde apresentou o Jornal da Band e o programa Fogo Cruzado. Na TV Cultura, onde trabalhou entre 2001 e 2003, apresentou o talk-show ''Conversa Afiada''. Mudou-se para a Record em 2003, onde já apresentou o Edição de Notícias e o Tudo a Ver. Desde fevereiro de 2006 apresenta o programa Domingo Espetacular, com Lorena Calábria. Antes de ir para a Record, trabalhava no portal UOL. Em 2007, levou para o iG seu site/blog ''Conversa Afiada''.
Uma das características de Amorim, que o distingue dos demais jornalistas da grande imprensa, é que ele deixa claro suas preferências e opiniões políticas. Em quase todos os comentários que faz no Conversa Afiada, oferece um link para um conteúdo que ele intitulou ''Não como gato por lebre''. Nele, Amorim elenca os personagens e ''coisas'' das quais não gosta. A lista é encabeçada pelo ex-presidente Fernando Henrique Cardoso e em seguida por Daniel Dantas. E inclui também a Rede Globo, a ''Imprensa farisaica'' --que mais tarde ele apelidou de PIG (Partido da Imprensa Golpista)-- e o governador de São Paulo José Serra (PSDB) -- que Amorim trata ironicamente como ''presidente eleito, o último autoritário''. Quem fala mal do Rio de Janeiro e de nordestino, a capital Brasília, gatos, urnas eletrônicas e até o Flamengo também estão na lista de Amorim. Mas os personagens políticos são as vítimas preferenciais de seus comentários e reportagens, sempre muito ferinos.
Contrariar e denunciar essa gente nunca foi tarefa fácil para nenhum jornalista, mesmo os mais à esquerda. Amorim era uma das poucas vozes com espaço na grande imprensa que tinha coragem de colocar o dedo nas feridas mais doloridas do tucanato e dos poderosos interesses de Daniel Dantas. Mas sua audácia foi tolerada por pouco tempo. Ao denunciar maracuatias que envolviam interesses do próprio portal onde escrevia, foi obrigado a se retirar.
Hoje, em seu novo endereço virtual, prometeu continuar com o Conversa Afiada na mesma linha que vinha mantendo no iG. ''Não é a primeira vez que me mandam embora de uma empresa jornalística. Só o Daniel Dantas me “tirou do ar” duas vezes: na TV Cultura e no UOL. E ele sabe que não vai me tirar, nunca...'' (...) ''Essa é a virtude da internet: último reduto do jornalismo independente'', disse Amorim em uma nota de esclarecimento sobre sua demissão no iG.
O que é o iG
O iG é parte do Internet Group, unidade de Internet da Brasil Telecom, que reúne os portais iG, iBest e BrTurbo. É hoje o maior provedor discado da América Latina e o segundo provedor de banda larga do Brasil. Está entre os quatro maiores portais de conteúdo do Brasil, perdendo para o UOL e o Globo.com e revezando posições no ranking com o Terra.
O iG surgiu em 2000 e começou como um provedor de acesso, apostando todas as suas fichas no oferecimento de acesso gratuito --''internet grátis'' era seu lema. Atualmente presidido por Caio Túlio Costa (ex-Folha), o portal foi concebido e administrado em sua fase inicial pelo publicitário Nizan Guanaes, muito ligado aos tucanos e responsável pelas campanhas presidencias de Fernando Henrique. A fase inicial contou com o aporte da GP Investimentos (Telemar) e do Opportunity (Brasil Telecom), tendo como sócios fundadores Nizan Guanaes, Aleksandar Mandic e Matinas Suzuki.
O iG surgiu em 2000 e começou como um provedor de acesso, apostando todas as suas fichas no oferecimento de acesso gratuito --''internet grátis'' era seu lema. Atualmente presidido por Caio Túlio Costa (ex-Folha), o portal foi concebido e administrado em sua fase inicial pelo publicitário Nizan Guanaes, muito ligado aos tucanos e responsável pelas campanhas presidencias de Fernando Henrique. A fase inicial contou com o aporte da GP Investimentos (Telemar) e do Opportunity (Brasil Telecom), tendo como sócios fundadores Nizan Guanaes, Aleksandar Mandic e Matinas Suzuki.
Em 2004, o iG passou a ser exclusivamente do grupo grupo BrasilTelecom e fundido, em 2006, aos portais iBest e BrTurbo, que já eram de propriedade da empresa de telefonia.
Além de provedor, o iG também é conhecido pelo seu portal, que abriga sites importantes como o noticiário Último Segundo. Também abriga o Babado, o Minha Notícia, o Megaplayer, Baixaki, iG Empresas, Second Life em sua versão brasileira e o Observatório da Imprensa, entre vários outros sites.
Recentemente, abriu espaço para que uma série de jornalistas e figuras públicas hospedassem seus blogs no portal. Entre estas figuras estão nomes com forte trajetória na esquerda como o ex-ministro José Dirceu, o ex-presidente da UNE, Gustavo Petta; o petista Luiz Favre e o senador Cristovam Buarque (PDT-DF); e também jornalistas que remam contra a maré neoliberal dominante na grande imprensa como Mino Carta, Luis Nassif, Leonardo Sakamoto, entre outros.
Além de provedor, o iG também é conhecido pelo seu portal, que abriga sites importantes como o noticiário Último Segundo. Também abriga o Babado, o Minha Notícia, o Megaplayer, Baixaki, iG Empresas, Second Life em sua versão brasileira e o Observatório da Imprensa, entre vários outros sites.
Recentemente, abriu espaço para que uma série de jornalistas e figuras públicas hospedassem seus blogs no portal. Entre estas figuras estão nomes com forte trajetória na esquerda como o ex-ministro José Dirceu, o ex-presidente da UNE, Gustavo Petta; o petista Luiz Favre e o senador Cristovam Buarque (PDT-DF); e também jornalistas que remam contra a maré neoliberal dominante na grande imprensa como Mino Carta, Luis Nassif, Leonardo Sakamoto, entre outros.
Explicação oficial: ''desvantajoso''
O ombudsman do iG, Mario Vitor Santos, ficou em cima do muro ao comentar a decisão do portal de despejar o Conversa Afiada. Primeiro, disse que tudo não passa de uma ''decisão empresarial'' e nas entrelinhas revelou o ''x'' da questão: ''Não se discutem opções empresariais que fazem parte das atividades de qualquer empresa. Caberia, porém, um esclarecimento público e voluntário do portal sobre a ruptura com Amorim e sobre sua relação com temas sensíveis, como o processo de compra, pela Oi, da Brasil Telecom, proprietária deste iG. Amorim é crítico radical desta compra e tem atacado os que a defendem''.
Depois dessa explicação sucinta, Mario Vitor Santos se limitou a publicar a lista de e-mails que recebeu dos leitores. Uma lista grande, que dá visibilidade à opinião dos leitores do portal, mas que também ajuda a esconder os reais motivos que levaram o iG a tomar a decisão de despejar o Conversa Afiada. O ombudsman diz ter recebido pouco mais de 100 mensagens de internautas comentando o caso. Estranho. O Blog do Nassif, até a noite desta quarta-feira, já havia recebido mais de 150 comentários sobre o assunto. O blog de Mino Carta recebeu mais de 300 comentários. Outros blogs que trataram do tema também receberam comentários que ultrapassam uma centena. E o ombudsman do iG recebeu só 100 mensagens? E ainda escolheu um comentário grosseiro contra Amorim para abrir sua primeira lista?... Estranho, tão estranho quanto a explicação oficial do iG para o despejo do Conversa Afiada.
Segundo Vitor Santos, a explicação oficial do portal é de que ''o iG que vem fazendo uma reestruturação do portal, o que inclui a 'rescisão de contratos desvantajosos para a empresa'. Era o caso do site de Paulo Henrique Amorim, o qual, segundo o iG, não trazia 'receita nem audiência'.
Números desmentem o iG
Porém, números do próprio iG desmentem a versão do portal. Um levantamento publicado no blog ''Vi o Mundo'', do jornalista Luiz Carlos Azenha, revela que em setembro de 2007 o site de Paulo Henrique Amorim teve 475.113 visitantes únicos e 3.295.935 páginas vistas, ou ''impressões''.
Para efeito de comparação, Leandro Guedes, internauta que fez o levantamento, analisou outros sites hospedados no iG. O do Observatório da Imprensa, por exemplo, teve em novembro de 2007 um total de 181.745 visitantes únicos, com 504.221 páginas vistas. Muito menos que o Conversa Afiada. Nem por isso foi retirado do ar.
Leandro nota que o site Conversa Afiada era um dos puxadores de audiência do iG, aparecendo na propaganda institucional que a empresa mostra em monitores que, em São Paulo, estão espalhados em farmácias da rede Drogasil e no aeroporto de Congonhas, por exemplo.
Portanto, a desculpa de ''baixa audiência e pouco retorno'' usada pelo iG como justificativa é, na verdade, conversa fiada.
Blogosfera participa
Portanto, a desculpa de ''baixa audiência e pouco retorno'' usada pelo iG como justificativa é, na verdade, conversa fiada.
Blogosfera participa
A maneira espúria como o site foi tirado do ar, sem nenhum aviso prévio aos leitores do iG e com um reles comunicado por fax ao jornalista Paulo Henrique Amorim, foi alvo de muitas críticas em diversos blogs.
Luiz Carlos Azenha disse que ''o que o iG fez com Paulo Henrique Amorim e com os milhares de internautas que freqüentavam diariamente o Conversa Afiada foi, para dizer o mínimo, um grosseiro desrespeito.'' Segundo Azenha, ''ontem foi um dia histórico para a internet e o jornalismo eletrônico brasileiro. Pela primeira vez, ao menos que seja de meu conhecimento, um site foi desplugado do ar sem qualquer aviso aos internautas, sem qualquer explicação oficial da empresa hospedeira''.
O jornalista Eduardo Guimarães, do blog Cidadania.com, registrou a polêmica decisão do iG e foi certeiro na análise do fato. ''Não sei se foi o Daniel Dantas, o Citibank, a Veja ou o José Serra que tirou PH do ar, mas sei a quem ele incomodava. Diante disso, entende-se o ânimo exaltado das pessoas. O que parece ter entrado em jogo é a liberdade de expressão, que tentam cercear nos jornalistas que não rezem pela cartilha dos grandes meios de comunicação'', disse Guimarães.
Mino Carta, editor da revista CartaCapital, resolveu abandonar o blog que mantinha no iG em solidariedade a Paulo Henrique Amorim. ''Meu blog no iG acaba com este post. Solidarizo-me com Paulo Henrique Amorim por razões que transcendem a nossa amizade de 41 anos. O abrupto rompimento do contrato que ligava o jornalista ao portal ecoa situações inaceitáveis que tanto Paulo Henrique quanto eu conhecemos de sobejo, de sorte a lhes entender os motivos em um piscar de olhos'', disse Mino em seu post de despedida do iG.
O jornalista Eduardo Guimarães, do blog Cidadania.com, registrou a polêmica decisão do iG e foi certeiro na análise do fato. ''Não sei se foi o Daniel Dantas, o Citibank, a Veja ou o José Serra que tirou PH do ar, mas sei a quem ele incomodava. Diante disso, entende-se o ânimo exaltado das pessoas. O que parece ter entrado em jogo é a liberdade de expressão, que tentam cercear nos jornalistas que não rezem pela cartilha dos grandes meios de comunicação'', disse Guimarães.
Mino Carta, editor da revista CartaCapital, resolveu abandonar o blog que mantinha no iG em solidariedade a Paulo Henrique Amorim. ''Meu blog no iG acaba com este post. Solidarizo-me com Paulo Henrique Amorim por razões que transcendem a nossa amizade de 41 anos. O abrupto rompimento do contrato que ligava o jornalista ao portal ecoa situações inaceitáveis que tanto Paulo Henrique quanto eu conhecemos de sobejo, de sorte a lhes entender os motivos em um piscar de olhos'', disse Mino em seu post de despedida do iG.
Luis Nassif registrou o episódio e desejou a Paulo Henrique ''todo sucesso no seu novo endereço, e que entre no ar o mais rapidamente possível''.
Outros blogueiros do iG, como Gustavo Petta, também se solidarizaram com Paulo Henrique Amorim. Já o ex-ministro José Dirceu, sempre atento ao que circula na mídia, não comentou. O blog Amigos do Presidente Lula também não tocou no assunto. Comentários surgidos aqui e ali sugerem que há interesses de petistas e gente do governo na ''BrOi'' e isso explicaria o silêncio. Mas são suposições sem provas até o momento. Já o site do PT reproduziu texto de Azenha sobre o episódio.
O Vermelho, com o presente texto, também se solidariza com Paulo Henrique Amorim, cujas corajosas denúncias e diversos comentários foram muitas vezes reproduzidos neste portal.
Ironicamente --ou não-- dois importantes espaços, Blog dos Blogs e Observatório da Imprensa, que deveriam, por dever de ofício, comentar o tema, não deram uma linha sobre o assunto até a noite de ontem. Ambos estão hospedados no iG e foram muito rápidos e faceiros ao denunciar a ''ameaça à liberdade de imprensa'' quando a Folha de S. Paulo e outros jornais foram alvos de ações judiciais movidas por fiéis da Igreja Universal. Mas, para estes dois sites, parece que o despejo do vizinho Conversa Afiada não configura ameaça nenhuma à liberdade de imprensa.
Internautas estão revoltados
Ironicamente --ou não-- dois importantes espaços, Blog dos Blogs e Observatório da Imprensa, que deveriam, por dever de ofício, comentar o tema, não deram uma linha sobre o assunto até a noite de ontem. Ambos estão hospedados no iG e foram muito rápidos e faceiros ao denunciar a ''ameaça à liberdade de imprensa'' quando a Folha de S. Paulo e outros jornais foram alvos de ações judiciais movidas por fiéis da Igreja Universal. Mas, para estes dois sites, parece que o despejo do vizinho Conversa Afiada não configura ameaça nenhuma à liberdade de imprensa.
Internautas estão revoltados
Apesar da indiferença mostrada por alguns colegas de profissão, os internautas não deixaram barato e encheram a área de comentários com críticas à postura do iG. ''O iG passa a fazer parte, oficialmente, do PIG (Partido da Imprensa Golpista) --termo cunhado por Paulo Henrique Amorim''. Esta é a tônica das milhares de mensagens que passaram a circular na blogosfera e em correntes de e-mails logo depois que o Conversa Afiada foi retirado do ar.
Destacamos aqui uma das mensagens endereçadas ao ombudsman do iG. Ela foi escrita pelo internauta que assina como Almir Wagner e sintetiza a revolta dos leitores do Conversa Afiada: “Fiquei profundamente chateado ao tentar acessar sem sucesso, por várias vezes, o blog do Paulo Henrique Amorim. Fiquei profundamente decepcionado ao saber que o mesmo foi tirado do ar com argumentos inconsistentes. Tá na cara que tem gente por trás disso. Acho isso uma burrice já que um profissional do peso do PHA pode hospedar seu blog em qualquer lugar dentro ou fora do Brasil. Nós leitores, perdemos com isso. O iG perde duas vezes. Perde receita e perde a confiança dos internautas, que foram simplesmente ''chutados'' pelo iG sem nenhum explicação. Eu, particularmente, só entrava no iG por causa do PHA. A partir de agora não entrarei nesse site nem que me paguem. E vou tratar de espalhar a notícia entre meus amigos.''
Como fica o iBest?
Como fica o iBest?
Muitos dos internautas que abordaram o assunto, além de sugerir um boicote ao iG, também propuseram boicote ao prêmio iBest, que está ligado ao portal da Brasil Telecom.
O Conversa Afiada, até o momento, lidera a disputa pelo prêmio de ''melhor site de política'' com 18% dos votos. O Vermelho vem em seguida com 16% e o portal do PT em terceiro com 13%.
Amorim já adiantou que não pretende continuar disputando o iBest e levantou dúvidas sobre a idoniedade do concurso. O Vermelho, que concorre na mesma categoria do Conversa Afiada (Cidadania/Política), acha prematuro abandonar a disputa pois não tem elementos para aferir se o concurso está sendo ou não ''monitorado'' politicamente. A princípio, e até que alguma evidência indicando o contrário surja, queremos acreditar que o iBest respeitará a vontade dos internautas e, nesse sentido, continuamos disputando e pedindo que os leitores do Vermelho votem no iBest.
Amorim já adiantou que não pretende continuar disputando o iBest e levantou dúvidas sobre a idoniedade do concurso. O Vermelho, que concorre na mesma categoria do Conversa Afiada (Cidadania/Política), acha prematuro abandonar a disputa pois não tem elementos para aferir se o concurso está sendo ou não ''monitorado'' politicamente. A princípio, e até que alguma evidência indicando o contrário surja, queremos acreditar que o iBest respeitará a vontade dos internautas e, nesse sentido, continuamos disputando e pedindo que os leitores do Vermelho votem no iBest.
Ainda nesta quarta-feira, o iBest providenciou a mudança do link que acompanhava o site Conversa Afiada na página de votação. Foi retirado o link anterior, que direcionava para a página hospedada no iG, e substituído pelo novo endereço do Conversa Afiada (http://www.paulohenriqueamorim.com.br/ ). Este procedimento sugere que o site de Paulo Henrique Amorim continuará participando do iBest.
De qualquer forma, o Vermelho pretende encaminhar aos organizadores do iBest um questionamento sobre como ficará a disputa, já que o primeiro colocado na categoria Política foi retirado do ar pelo próprio site que hospeda o iBest.
Aliás, a própria situação do Conversa Afiada no iBest é mais um argumento que ajuda a derrubar a desculpa esfarrapada do iG para defenestrar Paulo Henrique Amorim. Como pode alegar que o Conversa Afiada era “desvantajoso” e não dava “retorno” se o site de Paulo Henrique Amorim liderava desde o início a disputa pelo prêmio de melhor site de política do Brasil. Prêmio este patrocinado pelo próprio iG, que considera o iBest como o “Oscar da Internet”?
Pode-se gostar ou não do estilo e do tipo de jornalismo praticado por Paulo Henrique Amorim. Mas não se pode negar que a decisão do iG abre um precedente perigoso. Pois, até agora, não se tinha notícia de um ato de censura tão descarado da imprensa brasileira na internet.
Tida com um espaço plural e relativamente democrático, a Internet é um porto seguro para quem busca opiniões divergentes daquelas que são difundidas pelos grandes meios como jornais, revistas, tevês e rádios. Mas, infelizmente, os grandes conglomerados de comunicação estão também se apoderando cada vez mais dos espaços virtuais, empurrando a divergência e o olhar crítico para recantos de menor visibilidade.
Cabe a cada internauta responder a esta ofensiva usando sua participação ativa na Internet como arma de contra-informação. Um enxame de pequenos e médios sites e blogs --como passa a ser agora o Conversa Afiada-- atuando juntos, pode fazer diferença na disputa por espaço com os rinocerontes das telecomuinicações.
Pode-se gostar ou não do estilo e do tipo de jornalismo praticado por Paulo Henrique Amorim. Mas não se pode negar que a decisão do iG abre um precedente perigoso. Pois, até agora, não se tinha notícia de um ato de censura tão descarado da imprensa brasileira na internet.
Tida com um espaço plural e relativamente democrático, a Internet é um porto seguro para quem busca opiniões divergentes daquelas que são difundidas pelos grandes meios como jornais, revistas, tevês e rádios. Mas, infelizmente, os grandes conglomerados de comunicação estão também se apoderando cada vez mais dos espaços virtuais, empurrando a divergência e o olhar crítico para recantos de menor visibilidade.
Cabe a cada internauta responder a esta ofensiva usando sua participação ativa na Internet como arma de contra-informação. Um enxame de pequenos e médios sites e blogs --como passa a ser agora o Conversa Afiada-- atuando juntos, pode fazer diferença na disputa por espaço com os rinocerontes das telecomuinicações.
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