segunda-feira, 11 de outubro de 2010

Uma talagada danada

Baiano de formosa, meu vizinho Pereira foi funcionário do Ministério Público por muitos anos. Hoje, aposentado, é corretor de imóveis. O conheci no Traira sem Espinha, restaurante dos bons aqui perto de casa, onde se serve também uma deliciosa comida mineira.

Muito falante, Pereira me abordou como se fosse um conhecido seu de longas datas. Contou a história do eletricista da esquina de cima e sua ciumeira com a mulher, que acabou lhe colocando um par de verdade depois de tanta intriga. Contou algumas piadas e quis dividir comigo o exemplar do Correio Brasiliense que eu acabara de comprar e está ali ansioso para lê-lo, mas Pereira não parava de falar.

Então reparei em sua mão um copo cheio até as tampas. Pensei que fosse água, mas Pereira reparou na minha curiosidade e foi logo falando: "É uma 'alambi' da Bahia". E mal pronunciou a frase, entortou o copo goela abaixo. A mão tremia muito, mas só foi a berita bater no estômago pra ele aprumar. E com grito de guerra e tudo: "Ê talagada danada!"

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