domingo, 22 de abril de 2007

Alfredo da Mota Menezes investiga a morte de Totó Paes


A história de Totó Paes é intrigante, sobretudo sua revolução perdida e seu assassinato misterioso. Tive a oportunidade de conhecer muito de sua história pelas mãos do professor Alfredo da Mota Menezes, com certeza o intelectual mais atuante de Mato Grosso e um dos mais destacados do Brasil. Foi ele que me subsidiou com valiosas informações para matérias que escrevi sobre Totó, o ex-presidente do Estado, Antonio Paes de Barros, morto há quase 101 anos. Esta morte foi uma das grandes incógnitas da nossa história.

Alfredo estava muito intrigado com isso, me revelou em entrevista, e estudava a fundo. Queria saber porque mataram Totó e não apenas o prenderam depois de derrotá-lo, como ocorreu com outros personagens em outras revoluções no Estado. Esse era o grande enigma, agora decifrado por Alfredo, que acabou gerando o livro "A morte de Totó Paes - Política no interior do Brasil", editado pela Carlini & Caniato Editorial, dos amigos Ramon e Elaine. A obra será lançada nesta quarta-feira, 25, às 18h30, no saguão da Assembléia Legislativa.

Reproduzo abaixo texto enviado pela editora:

A Morte de Totó Paes – política no Interior do Brasil
Autor: Alfredo da Mota Menezes

Totó Paes ou Antonio Paes de Barros foi morto em 1906 quando governava Mato Grosso. Sua usina de açúcar, Itaicy, era a mais bem aparelhada do estado na época. Sua morte é até hoje motivos de acesos debates. O livro procura entender por que se chegou àquele desfecho. A busca do autor foi pelos fatos políticos que estavam envolvidos o estado desde a proclamação da República em 1889 até a morte do governador.
Não dá para separar aquele acontecimento das várias disputas políticas que viveu o estado. Eram os grupos e partidos políticos procurando preencherem os espaços surgidos com o novo regime no país. E nessa tentativa, Mato Grosso passou por três “revoluções”. Uma em 1892, outra em 1899 e a última, em que perdeu a vida o governador Antonio Paes de Barros, em 1906. Fatos ocorridos nos governos dos presidentes Deodoro da Fonseca, Floriano Peixoto, Campos Sales e Rodrigues Alves ajudam a empurrar a política em Mato Grosso em direções diferentes. O livro mostra que o que acontecia no estado não eram fatos isolados, estava conectado com os acontecimentos nacionais. E até mesmo aos internacionais.
O Tratado de Petrópolis de 1903, com a cessão do Acre ao Brasil pela Bolívia, é um dos fatores que ajudou a botar fogo nas relações políticas do estado. Impressiona também como a força militar federal sediada em Mato Grosso interferia nos assuntos políticos locais. Chama atenção ainda a estreita ligação do estado com os países da Bacia do Prata. A hidrovia Paraguai-Paraná unia os diferentes interesses.
Mas o foco principal deste livro é saber quais motivos, principalmente os políticos, levaram à morte de Totó Paes. Não há bandidos ou heróis no palco de disputas em que se transformou o estado naquele período. Talvez o mais trepidante e instigante momento político que o estado já passou. O livro mostra o que estava por trás disso tudo.
Será que o governador foi assassinado ao invés de ter sido morto numa luta com seus perseguidores? Por que ele não foi capturado vivo? A quem interessava sua morte?
O foco principal deste livro é saber quais motivos, principalmente os políticos, levaram à morte de Totó Paes, ou Antonio Paes de Barros, morto em 1906 quando governava Mato Grosso.
Não há bandidos ou heróis no palco de disputas em que se transformou Mato Grosso naquele período. Talvez o mais trepidante e instigante momento político que o estado já passou. O livro mostra o que estava por trás disso tudo.

Sobre o autor
Alfredo da Mota Menezes nasceu em Poxoréo-MT. Publicou os livros: A herança de Stroessner: Brasil-Paraguai, 1955-1980 (Campinas: Papirus, 1987). Este livro foi publicado no Paraguai como La herencia de Stroessner (Assunção: Editora Carlos Schaumam, 1990); Do sonho à realidade: a integração econômica latino-americana (São Paulo: Alfa Ômega, 1990). Guerra do Paraguai: como construímos o conflito (São Paulo: Contexto, 1998); Coisas do cotidiano (Cuiabá: Millenium, 2003); Os blocos econômicos nas relações internacionais (Rio de Janeiro: Campus/Elsevier, 2006); e Momento brasileiro: do fim do regime militar à eleição do Lula (Rio de Janeiro: Gryphus, 2006). O autor é PhD em História da América Latina, pela Tulane University-EUA, onde fez também o pós-doutorado e lecionou como professor visitante. Foi professor titular na Universidade Federal de Mato Grosso. É articulista no jornal A Gazeta, desde 1991.

Contatos:
Editora TantaTinta/Carlini & Caniato
(65)3023-5714/5715
comercial@tantatinta.com.br

2 comentários:

Anônimo disse...

Fazer um livro sobre um personagem assim histórico tem lá sua relevância, pois, curiosidades me afloram. Espero ter a chance de ter em mãos tal obra literária, e espero que tenha o autor citado algo referente ao massacre da Baía do Garcez, esse sim creio que seria um bom tema, cujo personagem central da obra citada foi mencionado e nada acusado, mas seu irmão estava entre os envolvidos. O fato da morte de "Tótó" ou Totó creio que foi devido ao fator mais comum das mortes no estado de Mato Grosso, vingança e, óbvio, estúpidez, coisa de homem. Valeu pela dica.

Anônimo disse...

intiresno muito, obrigado