Não sei, não, mas estou com uma leve desconfiança que o deputado José Geraldo Riva pegou algum rabo do governador Blairo Maggi na CPI da Sema. Essa Comissão Parlamentar de Inquérito que veio não sei de onde e foi parar ninguém sabe onde, não teve nenhum resultado prático a não ser cacifar ainda mais José Geraldo.
É um desses mistérios da política. Confesso que li e reli matérias e até tentei pegar o relatório final das investigações e não entendi direito para o que ela veio. No relatório final aponta-se uma série de procedimentos administrativos necessários, sugestões para ajustes na política ambiental e outro item aqui e ali. De substancial, carece. Fica a sensação de que foi muito barulho por nada. Cheguei a ouvir, durante as investigações, uma intervenção do José Geraldo na Assembléia Legislativa, apontando uma suposta irregularidade cometida pelo governador. Não passou de discurso.
Eu confesso com toda sinceridade, sem ter medo de ser chamado de puxa-saco, que sou fã do governador Blairo Maggi. Acho que ele foi e ainda continua sendo o novo na política mato-grossense, veio quebrar paradigmas, virou a política de cabeça para baixo, deixando as velhas raposas como Jaime Campos, Dante de Oliveira, Julio Campos, Carlos Bezerra, Antero Paes de Barros e seus aprendizes de feiticeiro a ver navios e apostando no seu fracasso político que não aconteceu.
Mas me admira o governador fazer tantas concessões e acenar com mais algumas para o PP de José Geraldo, Pedro Henry, Eliene Lima e Chico Daltro.O deputado do PP, manda-chuva na sigla, vem ampliando a cada dia seus domínios nas cercanias do governo Blairo Maggi. Sem nenhum motivo aparente os pepistas vão aos poucos pulando cercas e ocupando espaços com uma voracidade mais ensandecida que os mais afoitos militantes do MST.
O caso da extinção do Ceprotec (Centro Estadual de Educação Profissional e Tecnológica) é prá lá de emblemático. O governador Blairo Maggi cedeu aos apelos insistentes do PP, com uma forcinha ainda inexplicável do secretário de Administração, Geraldo De Vitto, e sancionou projeto aprovado pela Assembléia na virada do ano, transformando o órgão em uma superintendência. Com a medida, engorda-se o orçamento da Secretária de Estado de Ciência e Tecnologia, à qual o Ceprotec é ligado. Uma medida que não tem pé nem cabeça, que nem mesmo o governador tem certeza que é a coisa certa e que sequer o próprio secretário Chico Daltro sabe, de agora em diante, o que fazer com a batata quente que chamou para suas mãos.
O curioso é que política e administrativamente o governador não precisava fazer isto. Será que ficou enfurecido com as insistentes investidas dos Geraldos, o Riva e De Vitto? Acho pouco, para quem conhece a índole do governador, um homem sério em suas posições que não se deixa dobrar sob qualquer pressão. E vem fazendo isso em outras áreas, dando margem – para alguns de seus auxiliares diretos, gente de sua base e até fora dela - a movimentações em direções antagônicas à sua conduta política até então.
A pergunta do título acima é apenas uma breve provocação para nos levar à meditação sobre algumas medidas que vêm sendo tomadas por Blairo Maggi e seus auxiliares nesse seu segundo governo. A impressão que fica é que parece que o governo está errando na mão.
Eu continuo apostando no governador, na sua seriedade, na sua honestidade, tanto como político como empresário. Mas confesso, Luiz Fernando Veríssimo, que não tenho vocação para ser herdeiro da falecida e saudosa Velhinha de Taubaté.
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