quinta-feira, 24 de janeiro de 2008

Museu da Caixa D´Água está fazendo água


O Museu do Morro da Caixa D’água, aquele projetado e construído sob orientação do arquiteto tucano Jaime Lerner, importado pelo prefeito Wilson Santos, está fazendo água, literalmente. Mais da metade do museu está sofrendo vazamento e está com o piso alagado. Os visitantes não podem observar essa área alagada, orienta a monitora que atende no local.

Conversei com uma arquiteta que me informou que o vazamento é resultado da vedação mal feita e que, se providências não forem tomadas, podem comprometer a estrutura das galerias da velha caixa d’água. A olhos vistos é possível observar que a estrutura não é lá essas coisas. Além do mais, o alagamento parece comprometer as obras que estão expostas no museu.

Eu sempre fui prá lá de reticente em relação a essa história de contratar gente de fora para projetos de urbanismos em Cuiabá. Nada contra os profissionais de outros estados e países, mas é que eu assessorei por um bom tempo o Instituto dos Arquitetos do Brasil (IAB) – Seção de Mato Grosso e tive a oportunidade de conhecer a maioria dos profissionais que existe aqui e sei da competência deles. Além disso, fui assessor da Prefeitura de Cuiabá e convive muito com muitos arquitetos do IPDU, todos com excelente capacidade.

Por isso eu vejo que é descartável buscar profissionais em outros estados sendo que aqui os temos em quantidade e qualidade que não deixa a dever a ninguém lá fora. Recentemente uma exposição no Pantanal Shopping mostrou um pouco desse trabalho. Mais recente ainda, um desses arquitetos ganhou o prêmio de melhor do Brasil.

Então, vejo que essas contratações, tipo a do Jaime Lerner tem por trás outros motivos, além de ser uma total falta de respeito para com os profissionais locais. Aliás, um respeito do prefeito até com a sua própria esposa, pois ela que é arquiteta também.

Um comentário:

Anônimo disse...

ESTRUTURA DO MUSEU DA CAIXA DAGUA VELHA É SEGURA E PROBLEMA DE INFILTRAÇÃO É OCASIONAL
A empresa LF Construções Civis, cuiabana por excelência, que conduziu a restauração do Museu da Caixa D´Água Velha, transformando num dos principais espaços culturais de Cuiabá, já deu inicio aos estudos para minorar o problema de infiltração lateral do museu. Desde que foi inaugurada, em setembro do ano passado, a obra vinha sendo monitorada pela empresa para evitar quaisquer transtornos. O monitoramento se tornou necessário porque a antiga caixa d´água foi construída há 176 anos, em 1882, e na restauração teve-se o cuidado de se manter o máximo possível a estrutura original, uma obra de arte criada pelo então governador José Maria de Alencastro, que administrou Mato Grosso de 1831 a 1833.
São três grandes vãos com arcos romanos e ogivais que serviam de reservatório para abastecimento de Cuiabá, no século 19. A água era captada no rio Cuiabá, pela hidráulica do porto, e chegava até a estação através de bombeamento, em canos que em alguns lugares tinham sido reaproveitados de espingardas. A distribuição foi planejada por gravidade.
O projeto foi sugerido e planejado pelo arquiteto Jaime Lerner. Todo o seu desenvolvimento foi realizado pelo arquiteto de Cuiabá Márcio Puga, por técnicos do IPDU, sob supervisão e direção da arquiteta Adriana Bussiki Santos, presidente do IPDU e por técnicos da Secretaria Municipal de Infra Estrutura, e desenterrou do morro um amplo e arejado espaço subterrâneo. Na parte de cima do museu, preservou-se tudo o que foi possível. O cuidado foi tanto que inclusive foi construído no local um deck de madeira contornando uma grande ximbuva, árvore de 75 anos usada pelos ribeirinhos para a produção de viola-de-cocho, que precisou de atenção especial. A arquiteta Adriana Santos, presidente do IPDU, que acompanhou de perto toda a execução do projeto, explica que “toda a área verde foi preservada, até como forma de embelezamento natural do ambiente urbano”.
Na quarta feira, dia 24, a tromba d’água que atingiu a capital colou os técnicos da LF Construções em alerta. Como estava previsto desde a restauração, houve infiltração lateral e imediatamente começou-se o planejamento para a solução do problema.
De acordo com Wilson Figueiredo, um dos sócios da LF Construções Civis, não houve nenhuma falha na vedação e a estrutura não corre o menor risco. “As paredes laterais foram construídas em pedra canga numa época que nem existia cimento. A pedra canga é permeável e sempre que houver uma chuva forte haverá uma pequena infiltração lateral. O que estamos estudando agora é uma forma de diminuir esse problema, que não tem a menor influencia na estrutura da obra que é absolutamente segura.”
Os projetos arquitetônicos complementares do Morro da Caixa D’Água Velha estão sendo coordenados pelos arquitetos Marta Cristina de Jesus e José Antônio Lambert, doutores da UFMT, com quem a Prefeitura de Cuiabá mantém diversos contratos de parceria nas áreas de arquitetura e engenharia. A restauração da Caixa D’Água Velha é apenas uma dentre as muitas obras arquitetônicas e de engenharia desenvolvidas pela Prefeitura de Cuiabá utilizando a mão de obra de profissionais de Mato Grosso, e em especial de Cuiabá. Entre as outras obras e projetos há, por exemplo, o Balneário da Ponte de Ferro, um projeto desenvolvido pelo arquiteto Ademar Poppi, com projetos complementares da arquiteta Paula Cardoso. Outro espaço cultural criado para os cuiabanos, e inaugurado em dezembro, é o Memorial da Água Engº José Luis Borges Garcia, projetado pelas arquitetas de Cuiabá Nancy Rabelo de Mello e Maria Eliane Dorileo Cardoso, que foram responsáveis também por outro grande projeto desenvolvido pela Prefeitura de Cuiabá, a reurbanização das três lagoas do CPA. O Projeto do Restaurante Popular foi elaborado e está sendo desenvolvido pela arquiteta Luciana Galan, formada pela UFMT , servidora do CEFET-MT. O Parque Governador Dante de Oliveira, espaço verde que será edificado no encontro do Ribeirão do Lipa com o rio Cuiabá, teve seu projeto doado pelo arquiteto Antônio Carlos Cândia. E a reurbanização do cais do Porto, local visitado na semana passada pela ministra do Turismo Marta Suplicy, tem seus projetos complementares sendo realizados pelo arquiteto José Costa Marques. A obra será realizada por meio de convênio com o MINT e mudará o visual do local. Um dos destaques será um anfiteatro construído sobre o rio Cuiabá, O desenvolvimento do projeto arquitetônico também foi realizado pela equipe do IPDU, à frente o arquiteto Márcio Puga sob direção da arquiteta Adriana Santos, presidente do IPDU. Todos esses projetos são realizados por meio de licitação, seguindo o que determina a legislação em vigor.