O debate sobre a tragédia em Santo André continua. Como diria a minha amiga Keka Werneck: "Deixa a Elóa subir". Mas, não. A toda hora surgem novo gancho e fatos. O último é a descoberta que o pai da menina é um bandido, da polícia de Alagoas.
Mas o debate quente na blogosfera, especialmente, é a crítica ao papel da imprensa no episódio.
Eu penso isso: a culpa é da polícia, incompetente do início ao fim. Se a imprensa cobriu como cobriu, com os exageros de um lado e de outro, fez seu papel - mal feito em muitos aspectos, mas fez o seu papel.
O que não ocorreu com a polícia. Faltou administração de crise, inclusive junto à imprensa, de forma a conduzir o caso para um desfecho não-trágico. O sequestrador não poderia ter informações de fora. Virou estrela (ainda que bandido; mocinho, obviamente não) de um circo ali armado, do qual queria todo mundo se aparecer, especialmente os oficiais da PM à frente das negociações. O cara lá dentro assistindo a tudo e se alimentando seu ódio e idiotia.
A polícia tinha que ter feito o dever de casa: cortar a energia e a água do apartamento; fustigar o cara, não deixar ele dormir; não dar acesso a outros telefones, que não fosse o do negociador; enfim, regras básicas para esses casos.
É claro que muitos coleguinhas no mínimo equivocados e a sanha por audiência das emissoras, contribuiram para a tragédia. Mas se a polícia tivesse feito o dever de casa corretamente, nada daquilo teria acontecido. O problema é que trataram o assassino a pão-de-ló e não resistiram ao holofotes da mídia. Mandar a Nayara de volta, então, sacramentou a burrice da PM paulista.
Só relembrando um pocuo e mal comparando os casos, contudo só pra ilustra:Quando Airton Sena se espatifou no muro em 94, quiseram por tudo colocar a culpa na Williams, a escuderia derradeira do pilto brasileiro. Eu acho que a culpa é da administração do autódromo, que deveria garantir os itens de segurança naquele ponto da pista, onde, aliás, ocorreram outros acidentes graves.
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