Assassinar deliberadamente e praticar estupro são a rotina de criminosos que atuam nos territórios yanomami
Por João Negrão
As crianças yanomami não são vítimas apenas de fome, desnutrição e doenças. Elas foram, nos dos últimos quatro anos do governo genocida de Bolsonaro, também vítimas de assassinatos sumários e estupros. Esta situação vinha sendo denunciada desde sempre pelo grupo de estudos O Direito Achado na Rua, da Universidade de Brasília (UnB).
A última denúncia ocorreu um pouco mais de seis meses antes, em meados do ano passado, quando, no programa O Direito Achado na Rua, pela TV 61, o professor Assis da Costa Oliveira denunciava veementemente a situação trágica das crianças yanomami, sendo dizimadas pela fome em seus territórios invadidos por garimpeiros.
Na entrevista ao programa, o professor Assis da Costa Oliveira, da Universidade Federal do Pará (UFPA) e da Universidade de Brasília (UnB), membro do grupo de estudos O Direito Achado na Rua, denunciou que além das mortes por desnutrição e doenças, as crianças indígenas estavam sendo sumariamente assassinadas e até estupradas.
O professor Assis Oliveira é um estudioso das questões que envolvem crianças e adolescentes. Ele é vinculado ao Centro de Estudos Avançados Multidisciplinares da UnB e é um dos coordenadores da Mobilização Nacional em Defesa de Crianças Indígenas.
Um dos episódios que motivaram a criação da Mobilização foi justamente o estupro e morte de crianças yanomami por garimpeiros. Contudo, as crianças indígenas estão sendo constantemente ameaçadas dentro e fora de seus territórios devido ao avanço de grandes empreendimentos, garimpos, extrações de madeira e a usurpação das terras.
Não é de agora, dos últimos quatros anos, que os territórios dos yanomami sofrem as agressões registradas. Elas foram agravadas pela posição de descaso de Jair Bolsonaro e sua política de favorecer os agressores ao meio ambiente – madeireiros, garimpeiros e todo o tipo de criminosos que devastam a Amazônia e trucidam seus povos originários.
A diferença agora é que tivemos um presidente da República que até o último segundo de seu governo optou pela devastação e pelo descaso com as vidas dos indígenas.
O noticiário dos últimos dias focou quase que exclusivamente na tragédia da fome, da desnutrição e das doenças. Zero na informação de que a presença de garimpeiros nos territórios yanomamis (e não apenas deles, já que as atividades garimpeiras e criminosas avançam por outras áreas) tem provocado crimes ainda mais graves, como os assassinatos e os estupros.
O genocídio do governo Bolsonaro é ainda mais grave. Ele e toda a sua estrutura governamental ignorou todos os pedidos de socorro e permitiu que crianças e adolescentes fossem relegados ao bel-prazer os facínoras.
Assassinar deliberadamente e praticar estupro são a rotina de criminosos que atuam, nos territórios yanomami e em outras terras de povos originários.
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